segunda-feira, novembro 03, 2014

Novos avisos

A pouco e pouco a realidade vai-se impondo aos gestores da circunstância, empenhados em disputar as benesses sobrantes do devaneio consumista, enquanto o mundo se deteriora, e insistimos irresponsavelmente na condenação dos nossos descendentes.

A indispensável lucidez chega em postas, desligadas e desarticuladas, de molde a não forçar ninguém a reconhecer que o paradigma económico que comanda toda a humanidade corre para o fim da sua viabilidade, dessa forma, permitindo que, com mais ou menos preocupação de alguns, nada de essencial mude.

Desta vez é a ONU que no 5º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas põe o dedo na ferida que a muitos ainda não dói:

Ao fazer projecções para o futuro, os cientistas prevêem impactos severos e irreversíveis para a humanidade e para os ecossistemas. “Se não frearmos as mudanças climáticas, elas ampliarão os riscos já existentes e criarão novos riscos. Meios de vida serão interrompidos por tempestades, por inundações decorrentes do aumento do nível do mar e por períodos de seca e extremo calor. Eventos climáticos extremos podem levar a desagregação das redes de infraestrutura e serviços. Há risco de insegurança alimentar, de falta de água, de perda de produção agrícola e de meios de renda, particularmente em populações mais pobres. Há também risco de perda da biodiversidade dos ecossistemas”.
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O relatório enfatiza que, para frear as mudanças climáticas e gerenciar os seus riscos, é preciso que as nações promovam ações combinadas de mitigação e adaptação. “Reduções substanciais nas emissões de gases de efeito estufa nas próximas décadas podem diminuir os riscos das mudanças climáticas e melhorar a possibilidade de adaptação efetiva às condições existentes”. Os cientistas reconhecem, entretanto, que essas reduções demandarão mudanças tecnológicas, económicas, sociais e institucionais consideráveis.
Fonte: Agência Brasil

Somem-se os paradoxos duma economia assente na produção de excedentes (em que a pessoa humana é o primeiro e maior excedente, preferencialmente substituído por meios de produção capital-intensivos e natureza-destrutivos), e podemos prever o que os nossos netos irão pensar de nós, se e enquanto conseguirem sobreviver.

Desculpa Diogo, mas o teu avô nunca se conformou! 

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