terça-feira, junho 22, 2010

Fair-play


Fair-play? Onde?


Algumas pessoas são ferozmente críticas do boxe, desporto considerado brutal e selvagem.

Devo confessar que a invenção desse desporto não é propriamente o que mais agradeço aos nossos ancestrais, mas reconheço que com toda a sua brutalidade o boxe tem uma lealdade que é regulamentarmente omissa noutros desportos.

Ainda ontem pudemos observar 11 coreanos completamente knock-out, a tentar cair no tapete para recuperar os sentidos, e descobrir a porta de saída, e ninguém parou o combate, com os portugueses alegremente a malhar na aflição.

Fair-play? Uma ova! Duvido que os coreanos, quando se ajoelharem em frente do Grande Líder para pedir todos os perdões do Mundo consigam disfarçar os traumas de quem, mesmo prostrado, continua a levar pancada, com risco dos inconscientes e destrambelhados gestos de auto-protecção serem tidos por provocatórios.

Fair-play é dar-lhes tempo e condições de recuperação, por exemplo, numa visita a Portugal, para perceberem que além de castanha também temos sardinha, e poder selar tudo com uma bacalhauzada.

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