Vi há minutos na TVI uma notícia, que, curiosamente,
transforma Aljustrel no paradigma do mundo.
A povoação está a ser violentada com explosões nas minas,
mas, como 500 postos de trabalho dependem disso, mais pó menos pó, mais barulho
menos casas espatifadas, quase todos se resignam. É esse o retrato do mundo.
Claro que há formas mais simples e seguras de extrair
minério, mas envolvem mais mão-de-obra e respectivos custos. Assim é muito mais
barato.
O custo ecológico é suportado pelo povo, e com esse “subsídio”
da população à empresa, a actividade torna-se muito mais competitiva.
Quando o mundo rico disfarça os custos ambientais exportando
resíduos tóxicos, para uma África que, entre uma morte lenta por envenenamento,
ou rápida à fome, opta pela que lhe dá mais tempo, termos este exemplo aqui ao
pé da porta é pedagógico.
Enquanto a economia poderosa tiver quem lhe suporte os custos
ecológicos, nada mudará, continuando todos a progredir, alegre e consistentemente,
para o desastre final
Sem comentários:
Enviar um comentário