sexta-feira, novembro 18, 2011

Reduzir salários?


Mas onde raio é que os Troikos jantaram? 

É que a hipótese de um jantar bem regado é a melhor forma de explicar a loucura da proposta de  cortes políticos nos salários privados.

(Finalmente um assunto em que estou à vontade para comentar, livre do condicionamento habitual de toda a gente considerar os cortes que lhe mordam no bolso como os mais injustos e não prioritários. Não recebo salários privados – nem outros)

O corte proposto teria o condão de juntar o inútil da redução das receitas fiscais (fala-se em 2000 milhões) com o desagradável de acentuar a já grave recessão.

Compreende-se a intenção – tornar a economia mais competitiva – mas não será por aí.

A verdade é que as leis do mercado, provavelmente, irão mesmo forçar essa redução sem envolvimento administrativo, pois basta a lei da oferta e da procura, no actual quadro de alto desemprego e baixo investimento, para qualquer gestão de recursos humanos minimamente competente baixar (ou manter, o que em ambiente inflacionário é a mesma coisa) os custos com pessoal.

Tratem de alterar as leis do trabalho, no sentido de flexibilizar o emprego, de reforçar a responsabilidade social e o acesso ao crédito para as empresas, e de credibilizar a justiça, e deixem o País trabalhar.

Em 2008 tive o atrevimento de sugerir 10 “medidas loucas” para a recuperação económica. Estamos mais perto... mas mais pobres e limitados. Um destes dias recupero e actualizo essas medidas, mas, entretanto, elas ainda estão disponíveis lá para trás, em "Floresta devastada" e "As árvores que tapam a floresta" continuam a ser cortadas!

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